O que serб que serб Que andam suspirando pelas alcovas Que andam sussurando em versos e trovas Que andam combinando no breu das tocas Que anda nas cabeзas, anda nas bocas Que andam acendendo velas nos becos Que estгo falando alto pelos botecos Que gritam nos mercados, que com certeza Estб na natureza, serб que serб O que nгo tem certeza, nem nunca terб O que nгo tem conserto, nem nunca terб O que nгo tem tamanho
O que serб que serб Que vive nas idйias desses amantes Que cantam os poetas mais delirantes Que juram os profetas embriagados Que estб na romaria dos mutilados Que estб na fantasia dos infelizes Que estб no dia a dia das meretrizes No plano dos bandidos, dos desvalidos Em todos os sentidos, serб que serб O que nгo tem decкncia, nem nunca terб O que nгo tem censura, nem nunca terб O que nгo faz sentido
O que serб que serб Que todos os avisos nгo vгo evitar Porque todos os risos vгo desafiar Porque todos os sinos irгo repicar Porque todos os hinos irгo consagrar E todos os meninos vгo desembestar E todos os destinos irгo se encontrar E o mesmo Padre Eterno que nunca foi lб Olhando aquele inferno, vai abenзoar O que nгo tem governo, nem nunca terб O que nгo tem vergonha nem nunca terб O que nгo tem juнzo
O que serб que me dб Que me bole por dentro, serб que me dб Que brota а flor da pele, serб que me dб E que me sobe аs faces e me faz corar E que me salta aos olhos a me atraiзoar E que me aperta o peito e me faz confessar O que nгo tem mais jeito de dissimular E que nem й direito ninguйm recusar E que me faz mendigo, me faz suplicar O que nгo tem medida, nem nunca terб O que nгo tem remйdio, nem nunca terб O que nгo tem receita
O que serб que serб Que dб dentro da gente e que nгo devia Que desacata a gente, que й revelia Que й feito uma aguardente que nгo sacia Que й feito estar doente de uma folia Que nem dez mandamentos vгo conciliar Nem todos os unguentos vгo aliviar Nem todos os quebrantos, toda alquimia Que nem todos os santos, serб que serб O que nгo tem descanso, nem nunca terб O que nгo tem cansaзo, nem nunca terб O que nгo tem limite
O que serб que me dб Que me queima por dentro, serб que me dб Que me perturba o sono, serб que me dб Que todos os tremores que vкm agitar Que todos os ardores me vкm atiзar Que todos os suores me vкm encharcar que todos os meus nervos estгo a rogar Que todos os meus уrgгos estгo a clamar E uma afliзгo medonha me faz implorar O que nгo tem vergonha, nem nunca terб O que nгo tem governo, nem nunca terб O que nгo tem juнzo |
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